As ações de Saúde Mental na APS vêm sendo frequentemente discutidas nos serviços, na gestão e na academia. Talvez mais na academia e menos no serviços, tendo em vista a identificação de potencialidades que diversos pesquisadores enxergam no modelo da ESF para o cuidado em Saúde Mental e os desafios também constatados para a implementação de tais ações no processo de trabalho das equipes.
Temos nos deparado com diversas demandas e necessidades que envolvem um olhar mais apurado voltado para as questões da Saúde Mental, o que já pode ser, ao nosso ver, entendido como um resultado positivo da implantação de nossa equipe na regional. Como temos alguns profissionais com formação e experiência na área, o olhar para os sujeitos que sofrem de algum transtorno mental tem sido construído constantemente junto às equipes - seja voltado para os transtornos da criança ou do adulto - incluindo as drogas.
Felizmente temos um CAPS II em nossa área de abrangência, que está desenvolvendo um processo de matriciamento específico com algumas equipes. Ainda assim, temos tentado desenvolver ações que ajudem as equipes a acolher e lidar melhor com as diferentes necessidades destes sujeitos, pois percebemos que há uma intenção em fazer algo, mas nem sempre há estrutura ou preparo para tal.
Essa semana estivemos em uma equipe da área rural e, a partir de um caso, vislumbramos a possibilidade de criar um espaço de escuta e acompanhamento de diferentes mulheres, que moram longe do CAPS, mas que têm uma boa vinculação com a UBS - vão até a unidade várias vezes por semana e querem muito falar, consultar, renovar receita... Propomos à equipe a criação de um espaço qualificado para o acolhimento destas mulheres, sem romper a procura espontânea pela UBS, mas buscando organizar e inserir no cotidiano da equipe uma ação planejada de cuidado em Saúde Mental.
Eis nosso próximo desafio...
Parabens pelo trabalho de sensibilização da equipe de saúde da família em prol da saúde mental e da aproximação da ESF com a comunidade!
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